Eichhornia crassipes (Mart.) Solms

Eichhornia crassipes (Pontederiaceae), conhecida no Maranhão como aguapé, é uma planta aquática, flutuante, anual ou perene, nativa da América tropical. O caule flutuante é rastejante e forma estolões. O pecíolo pode ser ocasionalmente inflado. As flores têm pétalas lilases com margem lisa e uma mancha amarela na pétala superior. São dispostas em espigas e flores ocorrem quase o ano todo. Reproduz vegetativamente por estolões e por sementes que são dispersas pela água e possui capacidade de regeneração muito rápida. É uma planta muito comum na região dos lagos da Baixada Maranhense.

Fonte: Pivari, M.O.D.; Salimena, F.R.G.; Pott, V.J. et al. Macrófitas Aquáticas da Lagoa Silvana, Vale do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil, IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 63, n. 2, p. 321-327, jul./dez. 2008.

Solanum jamaicense Mill.


Solanum jamaicense é um subarbusto de até 1,3 m de altura, caule esverdeado, cilíndrico, com aspecto em ziguezague, piloso (pêlos estrelados); aculeado. Folhas geminadas, sendo uma sempre maior que a outra. As folhas maiores de 15-21 cm de comprimento e 7-13 cm de largura, assimétricas, sublobadas, ápice agudo a acuminado, base atenuada, pilosa, acúleos na nervura central; pecíolo quase nulo, piloso. Inflorescência tipo cimeira extra-axilar, não ramificada; flores com cerca de 1 cm comprimento, 1,7 cm diâmetro; cálice fundido, persistente no fruto, 5 dentado, piloso, aculeado; corola branca, profundamente fendida, 5 dentada, dentes lanceolados com cerca de 1 cm comprimento; 5 estames epipétalos, fundidos na base; anteras amarelas, bitecas, com cerca de 6 mm comprimento, atenuadas, deiscência poricida; ovário bilocular, glabro; estilete piloso, 7,5 mm comprimento; estigma exserto. Baga alaranjada quando madura, até 9 mm diâmetro, glabra. Sementes numerosas, amarelas e achatadas. Esta espécie é geralmente encontrada em ambientes úmidos e/ou sombreados. Ocorre no Brasil (MA, PA) e outros países do norte da América do Sul; Ilhas do Caribe e América Central.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

Solanum apiculatum Sendt

Solanum apiculatum é uma arbusto de ramos longos e arqueados que atingem até ca. 4 m de alt., cilíndricos, marrom, coberto por pêlos estrelados sésseis a curto pedunculados (maioria com raio central pouco desenvolvido, às vezes notando-se apenas um ponto central) e acúleos encurvados e achatados lateralmente. Folhas alternas, lanceoladas, elípticas e/ou obovadas, ásperas, base atenuada, ápice agudo, nervação marcante, pilosas, com acúleos epinérvicos esporádicos na superfície abaxial ou em ambas. Inflorescência terminal, tipo cimeira monocasial ramificada (mais de 10 flores por inflorescência), 2-4 ramos, pedúnculo apresentando, além de pêlos curto pedunculados, pêlos longos pedunculados; pedicelos 4-8 mm de compr.; cálice campanulado, piloso em ambas as superfícies; corola branca, fundida, ca. 1,5 cm compr., profundamente 5 fendida, superfície abaxial extremamente pilosa, superfície adaxial quase glabra; anteras amarelas, atenuadas, biteca, deiscência por fendas apicais; filetes 2 mm compr., fundidos entre si; ovário bilocular, lóculos bilobados dando a falsa impressão de tetralocular, piloso; estilete cerca de 1,1 cm compr., com poucos pêlos; estigma capitado, exserto nas flores de estilete longo. Baga globosa, ca. 2 cm de diâm., superfície com substância pegajosa, coberto por pêlos estrelado-glandulares (com raios laterais reduzidos, aparentando pêlos simples), cálice persistente e acrescente.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

Solanum paludosum Moric.


Solanum paludosum é um arbusto de até 5 m altura, caule cilíndrico, indumento ferrugíneo, ramificado, aculeado (raramente desarmado). Folhas elípticas com ápice acuminado, margem lisa ou apiculada nas terminações das nervuras principal e secundárias, pilosas, superfície adaxial com pêlos glandulares misturados a pêlos estrelados, superfície abaxial densamente pilosa, às vezes com acúleos na nervura central; pecíolos ora com, ora sem acúleos. Inflorescência tipo cimeira não ramificada, flores violáceas de até 2 cm de comprimento e até 4 cm de diâmetro; pedicelo com pêlos curto pedunculados misturados a pêlos sésseis ou quase; cálice piloso, persistente no fruto; corola violácea; 5 estames; anteras amarelas, atenuadas, bitecas, deiscência poricida; filetes fundidos na base; estilete piloso na base; ovário piloso, bilocular, lóculos bilobados. O fruto é uma baga verde, com cerca de 1,3 cm de diâmetro, pilosa (pêlos estrelados) e com manchas escurecidas. Espécie muito comum em terrenos baldios. Ocorre na Guiana, Suriname, Guiana Francesa, no norte e no nordeste do Brasil.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

Solanum asperum L. C. Rich.


Solanum asperum é um arbusto de até 3 metros de altura. Caule, folhas, flores e frutos pulverulentos. Caule ramificado, cilíndrico, desarmado, cor variando entre marrom-claro e marrom escuro. Folhas inteiras, 10-20 cm comprimento e 2-7,5 cm largargura, ápice acuminado, base longamente atenuada; pecíolo levemente alado. Inflorescência terminal, tipo cimeira ramificada; flores com 7 mm comprimento, corola branca, pilosa exteriormente e glabra interiormente; 5 estames epipétalos; filetes fundidos na base; anteras amarelas, bitecas, oblongas, 2-3,5 mm comprimento e 1,1-1,4 mm largura, deiscência por fendas apicais prolongadas posteriormente em fendas longitudinais; ovário piloso, bilocular; estilete 4-6 mm comprimento, às vezes piloso na metade inferior. O fruto é uma baga globosa com cálice persistente.
Por possuir um tipo de pêlo estrelado urticante que se solta facilmente da planta e que quando em contato com a pele provoca coceira intensa, esta espécie e conhecida popularmente no Maranhão por coça-coça.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

Solanum subinerme Jacq.

Solanum subinerme Jacq. é um arbusto de ca. 3 m de altura, ramos alongados, às vezes arqueados, tortuosos, pilosos, geralmente aculeado. Folhas simples, com grade variação na forma e no tamanho, pilosas, às vezes geminadas, ápice agudo a acuminado, às vezes com acúleos retos na nervura central. Inflorescência tipo cimeira escorpióide com flores violáceas de anteras amarelas. O fruto é uma baga, verde quando imatura, globosa, glabra, com 1 cm diâmetro, o cálice é persistente. Ocorre no norte da América do Sul.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

Solanum americanum Mill.

Solanum americanum é uma erva de até 1,3 m de alt., possui caule ramificado, incospicuamente pubescente (pêlos simples). As folhas são inteiras, membranáceas, ovadas, com ápice agudo a acuminado. As Inflorescências são terminais e com até 5 flores de corola branca e anteras amarelas. O fruto é uma baga globosa, glabra, quando verde são consideradas tóxicas, quando maduras são pretas e comestíveis. Possui diversos nomes vulgares: aguaraguá (SC), aguaraguiá (MA), aguaraquiá e araxim (SC), bracainha e cambrainha (RJ), carachichú (SP), caraxim e caraxiná (SC), chumbinho (MG), erva-de-bicho (MG, RJ, SC), erva-moura (RS, SC, SP, MG, RJ, PE, CE, MA, GO, MT), falsa-pimenta-do-reino (MG), guaraquinha (SC), maria-preta (RS, SP, MG, AM), maria-pretinha (SC, MG, MA), pimenta-de-cachorro (SC, MG), pimenta-de-galinha (SC, RJ, BA), pimenta-de-rato (SC). Essa grande variedade de nomes populares usados em todo o pais demostra quanto é conhecida esta espécie, que é a erva ruderal mais expressiva desta família, possuindo ampla distribuição nas regiões tropicais e temperadas do mundo. Esta espécie também tem amplas aplicações na medicina popular, sendo o decocto das folhas bom para lavar as partes inflamadas, intumescidas, irritadas e doloridas; em cataplasmas, aplicam-se sobre dartros vivos e dolorosos, úlceras dolorosas, tumores inflamatórios, furúnculos, flegmões, panarícios e queimaduras. O fruto é usado topicamente para tratamento da herpes.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

Solanum stramonifolium Jacq.

Solanum stramonifolium Jacq. é um subarbusto de até 3m altura com ramos providos de acúleos retos nas partes mais jovens e acúleos encurvados nas partes mais velhas, piloso. A flor é branca, o fruto é uma baga com cerca de 1,5 cm de diâmetro, pilosa quando imatura e sem pêlos quando madura. Essa espécie é bastante conhecida pelos maranhenses, pois é frequentemente encontrada em terrenos baldios. Em algumas regiões do Estado seu fruto é bastante apreciado pela população.
Sua distribuição vai desde o norte da bacia amazônica, da Colômbia e Peru até as Guianas e no norte do Brasil.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.

Solanáceas

A família Solanaceae contem 96 gêneros e cerca de 2.300 espécies distribuídas em todo mundo. O maior gênero da família é Solanum L. com aproximadamente 1.400 espécies. Para o Brasil são registrados cerca de 30 gêneros e 400 espécies nativas. Para o Estado do Maranhão o único estudo específico sobre a família relata cerca de 39 espécies.
A família é conhecida principalmente pela sua grande importância econômica conferida por algumas de suas espécies, como é o caso do fumo (Nicotiana tabacum L.) e da batata-inglesa (Solanum tuberosum L.), entre outras. É também famosa pelos alcalóides tóxicos comumente encontrados tanto nos órgãos vegetativos como em seus frutos. Ainda nesta família são encontradas plantas ornamentais e plantas invasoras de culturas.
A foto acima é de Physalis angulata L. conhecida popularmente como bucho de rã, joá-de-capote, camambu, camaru, camapum e camapu, balão-rajado. Floresce durante todo o ano. Por ser uma planta daninha freqüentemente encontrada nas lavouras, pomares e terrenos baldios, é uma das espécies de Solanácea mais conhecidas no Estado, assim como no Brasil. Está espécie é amplamente empregada na medicina popular, sendo seu suco considerado calmante, depurativo e útil contra reumatismo e dores de ouvido; a planta inteira cozida é recomendadas em banhos para reumatismo e males do fígado; seus frutos são comestíveis, desobstruentes, resolutivos e diuréticos; as folhas têm aplicação contra inflamações da bexiga, do baço e contra icterícia; também é utilizada popularmente para tratar hepatite B, malária, inflamações e tumores.

Fonte: Martins, F. C. & Figueiredo N. Solanáceas (Solanaceae Juss.) do Estado do Maranhão. Monografia de conclusão de curso. Universidade Federal do Maranhão, São Luís. 86p, 1998.